Sawluz IT e Taggen Soluções IoT utilizaram a Internet das Coisas na planta Jeep Nordeste
Reconhecido como um dos segmentos mais inovadores e eficientes da indústria, o setor automotivo está apostando alto na Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). E duas empresas do Tecnosinos estão contribuindo nesse processo: a Sawluz IT e a Taggen Soluções IoT firmaram uma parceria na fábrica da Faurecia PCMA (FMM), localizada no parque de fornecedores da Fiat Chrysler Automobiles (FCA Group), em Goiana, cidade do interior de Pernambuco. O trabalho ocorre na planta Jeep Nordeste da montadora, que tem capacidade para produzir 250 mil carros por ano, 45 por hora.
A missão foi ambiciosa: agregar mais inteligência e eficiência aos processos. Além disso, a parceria entre as empresas leopoldenses pretendia implementar um controle em tempo real do estoque, a fim de incrementar a gestão logística e a produção.
O resultado dessa parceria em IoT foi altamente positivo para a FIAT, que obteve gestão do estoque de autopeças e dos racks em tempo real, com praticamente 100% de acuracidade.
É o que reconhece Wagner Oliveira, South America Regional CIO da FMM. Ele explica que as peças do estoque de segurança são críticas para que a empresa garanta o abastecimento para a planta Jeep Nordeste, no caso de qualquer problema na linha de produção.
“Implementamos, junto com a Taggen e a Sawluz, um controle automático e instantâneo por meio de tecnologia IoT e rodando na nuvem, reduzindo a intervenção manual dos nossos operadores e aumentando a eficiência no processo. Precisamos ter uma acuracidade entre a informação apresentada em nosso ERP com o que existe fisicamente na fábrica de 100%. Atingimos um nível de excelência, após pouco mais de três meses do novo sistema de IoT em funcionamento na planta de Goiana”, detalha o executivo.
Bacana, né? Mas como essa tecnologia funciona na prática para a indústria automotiva? É o que você confere a seguir.
Automação e IoT eliminam o trabalho manual
A base do projeto que tem a Taggen e a Sawluz como parceiras é formada por beacons (pequenos dispositivos de identificação e localização em tempo real), que enviam sinais via bluetooth para gateways que se comunicam com a plataforma de serviços Link IOT, todos da Taggen, suportados pelo software na nuvem SW Stock, módulo do novo SawluzNet, um sistema focado em internet das coisas.
Em uma primeira etapa, os TaggenBeacons foram instalados em cerca de 400 racks, nos quais são colocadas as peças utilizadas na montadora, como painéis frontais de instrumentos, painéis de porta, aerofólios e para-choques. São essas peças que circulam entre a linha de produção da FMM, o estoque de segurança e o transporte para planta de montagem dos carros.
Durante todo esse processo, há apenas um único momento de atividade manual, quando o operador usa o smartphone com um aplicativo, disponível tanto para Android ou iOS, para associar as peças ao respectivo rack de transporte e armazenamento.
Depois disso, todo o processo é totalmente automatizado, sem nenhuma outra interação humana, uso de leitores ou preenchimento de planilhas – quem olha de fora, não tem ideia de que o controle de estoque ocorre automaticamente, enquanto os racks são levados pelas empilhadeiras.
Esse sistema extremamente versátil de automação permite que gestores saibam exatamente onde está o rack e quais peças ele contém, podendo gerar uma ampla gama de dashboards, relatórios com KPIs (Key Performance Indicators), além do controle e rastreabilidades das movimentações em tempo real.
Na prática, a tecnologia IoT permite o recebimento de avisos no caso de erros da movimentação dos racks ou se eles ultrapassarem a “cerca eletrônica” do monitoramento realizado a partir do sinal emitido pelos beacons, por exemplo. Além disso, o sistema faz a emissão de alertas de safety stock por meio da parametrização das quantidades mínima e máxima definidas para cada tipo de peça no estoque.
Os rumos da transformação digital na indústria automotiva
Segundo o gerente de Transformação Digital da Sawluz, Tulio Polonio, o módulo SW Stock, do novo SawluzNet, foi desenvolvido para atender as demandas da Transformação Digital e da Indústria 4.0, que exigem mais agilidade no ambiente fabril e sincronização com as demais áreas administrativas. “Foi um projeto desafiante e de muito aprendizado, pois ouvimos as necessidades da FMM, que já era nosso cliente em outros serviços, para implementar a parceria com a Taggen, que entrou com os beacons, os gateways e a plataforma de serviços na nuvem Link IoT, rodando em Azure, que se comunica com o SW Stock, rodando na nuvem AWS”, diz.
Já o CEO da Taggen e da Sawluz, Werter Padilha, destaca que “a internet das coisas reúne diferentes tecnologias e aplicações, sendo estratégica nos negócios da economia digital, em busca de mais produtividade, redução de perdas e ganhos de eficiência, entre outros benefícios. O projeto da FMM apresenta resultados fantásticos e com ROI (retorno sobre o investimento) comprovado pelo próprio cliente e acima das expectativas. Iniciativas como esta são fundamentais para mostrar o retorno de IoT na prática”.